SNCT: com a palavra, os voluntários
Organizar um evento de grande porte, como a mostra científica da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), é trabalhoso e precisa da ajuda de muita gente. Na Fiocruz Minas, a coordenação contou com o apoio de profissionais de vários grupos de pesquisa. Contou também com a garra de uma categoria especial: os estudantes dos cursos de mestrado e doutorado do IRR ou ainda alunos que já passaram pelo Provoc e iniciação científica da unidade. Uma turma que já entendeu que tão importante quanto fazer ciência é popularizar o conhecimento produzido para que as pessoas possam se apropriar do que é feito.
Para a assistente de gestão da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma), Stephanie Cabral, ciência, educação e divulgação precisam andar juntas. Formada em Ciências Biológicas com ênfase em licenciatura para a Gestão da Educação, Stephanie é veterana em eventos voltados para a popularização da ciência. Nesta edição da SNCT, ficou responsável por um trabalho que garantiu boa parte do sucesso do evento: a articulação com as escolas.
“Juntamente com a Fabiana Lara, fiz o contato com todas as escolas participantes. Penso que um dos caminhos para aproximar a ciência da população é descobrir essas portas de entrada, como é a escola, as associações de bairro... Há muito o que ser feito na área de divulgação científica, precisamos correr atrás para eliminar esse atraso que distancia as pessoas da ciência”, afirma Stephanie, que ainda cuidou do som e da playlist do evento, resolveu questões relacionadas ao transporte dos alunos e deu um suporte no estande dedicado a Virgínia Shall, a primeira coordenadora da Obsma na Regional Minas/Sul.
O estudante Davi Alvarenga Lima, mestrando do grupo de Genômica Funcional, também participou de várias atividades, incluindo as oficinas de banners que antecederam o evento. Na exposição, esteve no estande dedicado à bioinformática, atendendo os visitantes e explicando o que é feito por esse grupo do IRR.
“Embora seja um tema complexo, quem passa pelo estande está se interessando bastante. Entendo que, se a gente não falar sobre o que a gente faz, as pessoas não vão conhecer; e quem não conhece não defende. Então, é muito importante participar dos eventos e procurar mostrar o que é feito com uma linguagem acessível. Não adianta falar da forma como apresentamos em congressos. É preciso falar de forma que as pessoas entendam”, comentou.
Doutorando do grupo de Bioinformática, João Paulo Linhares foi outro estudante que esteve em várias reuniões para organizar a exposião e contribui com muitas ideias. Durante a mostra, ficou no estande de impressão 3D, mostrando aos visitantes o quanto essa área, que tem muita pesquisa por trás, vem contribuindo para estudos da unidade.
“A ideia é mostrar como a impressão 3D auxilia na pesquisa. Inicialmente, imprimíamos kit diagnóstico para esquistossomose; em um segundo momento, passamos a imprimir próteses e, agora, armadilha de flebotomíneos mais avançadas e microscópio fluorescente”, explica. “Participar da SNCT é democratizar esse tipo de conhecimento, que também é gerado na Fiocruz”, destacou.
O doutorando do grupo de Informática de Biossistemas Frederico Gonçalves Guimarães ficou responsável por desenvolver o hotsite da mostra e pela confecção de peças gráficas, como o adesivo que todos os participantes usaram no dia da exposição. Para Frederico, essa interação entre instituições científicas e escolas é extremamente importante.
“Estou sempre tentando participar, inclusive porque sou professor de ensino médio e fundamental e me preocupa muito que haja divulgação científica correta. Aproximar a ciência da população é fundamental porque todo mundo é um cientista em potencial. Ao questionar o mundo, de certa forma, você já está sendo um cientista”, destacou.
Stephanie, Davi, João e Frederico representam todos dos voluntários que fizeram a mostra científica acontecer.