Jussara Martins. Foto: Cláudia Gersen.
Nascida em Sabará/MG, Jussara Martins de Miranda Sales Alberto, possui graduação em Secretariado Executivo Bilingue, pelo Centro Universitário Newton Paiva. Ao longo da sua carreira, trabalhou no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e no Hospital Evangélico, mas almejava um emprego que se enquadrasse na sua formação e que também proporcionasse um ambiente de convivência saudável.
No ano de 2006, por meio do banco de empregos da sua faculdade, tomou conhecimento de processo seletivo para contratação de secretária para a Secretaria Administrativa (SECAD) do Instituto René Rachou (IRR). Jussara se inscreveu e passou por uma série de testes e entrevistas, ficando em segundo lugar. Ela foi informada que seu perfil profissional era mais adequado para o atendimento à pesquisa (que não era a vaga ofertada no momento), e que seu currículo ficaria arquivado em caso de outra oportunidade.
Para surpresa de Jussara ela foi chamada para nova entrevista no ano seguinte, em 2007, com o pesquisador Paulo Marcos Zech Coelho, para trabalhar no Laboratório de Esquistossomose. A partir de então ela não saiu mais do IRR, sendo contratada pelo regime da CLT, como terceirizada. Ao longo de sua carreira ela também trabalhou com os cientistas Naftale Katz, Roberto Sena e Ana Rabelo. Atualmente Jussara atua na SECAD, mas suas atividades ainda abrangem atendimento aos pesquisadores, como na burocracia relacionada ao transporte de material biológico, organização de eventos acadêmicos e reuniões, correspondência, dentre muitos outros afazeres.
A funcionária pontua que quando ela entrou no IRR a estrutura organizacional era diferente, e muita coisa mudou. Hoje, com o novo prédio, melhorou o conforto e a distribuição de espaço, mas inicialmente a alternância entre os dois edifícios foi cansativa. Ela menciona que gosta da região do Barro Preto, de sua acessibilidade em termos de transporte.
A maior preocupação de Jussara na carreira é a instabilidade do vínculo de terceirizada, pois mudanças contratuais podem significar sua transferência para outra empresa, o que ela não desejaria. Porém, segundo a funcionária, como os contratos atuais são mais longos esse fato proporciona maior tranquilidade. Jussara conta que se sente valorizada e que preza um ambiente de trabalho saudável, sempre considerando que as pessoas possuem temperamentos diferentes.
Um dos momentos mais marcantes da trajetória de Jussara no IRR foi sua contribuição no Projeto “Inquérito Nacional da Prevalência da Esquistossomose Mansoni e Geo-Helmintoses”, entre 2010 e 2016. Durante esse período, ela teve a honra de gerenciar o projeto ao lado do Coordenador Geral, o pesquisador Naftale Katz, demonstrando sua dedicação no trabalho. Outro aspecto significativo de sua jornada no Laboratório foram as amizades construídas ao longo dos anos. Muitas dessas pessoas continuam sendo suas colegas até hoje, e Jussara também conquistou novos e valiosos parceiros de trabalho, como Aline Sodré, Nuzia Pereira e Fernando Vago, com quem segue compartilhando sua experiência e comprometimento.
Além do vínculo com os colegas, Jussara diz que no IRR ela construiu sua vida patrimonial, com conquistas materiais para a família. Ela se preocupa com a aposentadoria, mas está fazendo planos para ter uma vida tranquila e realizar o sonho de viajar.
Para Jussara é um grande orgulho trabalhar na Fiocruz Minas, por ser uma instituição de pesquisa, atividade que ela considera nobre, voltada para o cuidado com a saúde da população, e essencial em momentos de crise, como demonstrou a pandemia de Covid-19.
Jussara se sente parte da Fiocruz Minas, mas confessa que ficou surpresa em ser convidada para dar seu depoimento no Projeto Memória, pois imaginou que apenas os servidores seriam contemplados. Ela conta que desde o início do Projeto acompanhou os textos publicados sobre os trabalhadores, e por isso se sentiu muito feliz com a inclusão dos colaboradores, que também são parte do Instituto René Rachou e merecem ter suas histórias contadas e reconhecidas.
Projeto Fiocruz Minas, patrimônio do Brasil: História, memória, ciência e comunidade
Agradecimento: Jussara Martins pela entrevista concedida no dia 20/02/2025, no IRR, Belo Horizonte.