Núzia Pereira dos Santos

 

Núzia Santos. Foto: Cláudia Gersen

 

 

 

 

 

O escritor argentino Jorge Luiz Borges, no Poema de los dones, proclamou que “o paraíso seria um tipo de biblioteca”. Para lá acorrem todos que buscam conhecimento, arte, fontes de pesquisa, informação e muito mais. O bibliotecário é o guardião desse “paraíso”, guiando o público pelos meandros do acervo e atendendo as demandas de cada consulente.

 

A Biblioteca de Ciências de Saúde Prof. Zigman Brener, do Instituto René Rachou (IRR), tem como colaboradora Núzia Pereira dos Santos, formada em Biblioteconomia pela UFMG. Natural de Corinto, Minas Gerais, ela ingressou na instituição em 2008, como estagiária, mas já com grande responsabilidade. Naquela época a Biblioteca do IRR estava com o bibliotecário em licença, e Núzia, que completava a graduação em Biblioteconomia, foi indicada para o trabalho. Após a conclusão do curso ela foi contratada como bolsista e logo depois incorporada como terceirizada, no ano de 2009. Segundo a profissional, esse momento foi importante para sua trajetória profissional, pois ela pôde desvincular-se de outras atividades para dedicar-se totalmente ao trabalho em uma biblioteca.

 

Nesses 17 anos de serviço Núzia se tornou grande conhecedora do acervo, desempenhando diversas tarefas, juntamente com os colegas, para o bom funcionamento do setor. Como o IRR é parte da Fiocruz, os sistemas das bibliotecas precisam estar alinhados, e Núzia conta que já viajou várias vezes ao Rio de Janeiro para realizar cursos e treinamentos, o que segundo ela é muito importante para fortalecer a interação entre as unidades e os colaboradores.

 

Desde 2022 a Biblioteca do IRR está bem instalada em prédio localizado na Av. Augusto de Lima, n. 1520. Porém, segundo Núzia, nem sempre foi assim, ela testemunhou várias mudanças que afetaram a Biblioteca, e ainda hoje permanecem alguns desafios estruturais. Apesar disso, a funcionária afirma que gosta muito de trabalhar na Fiocruz Minas. Segundo a bibliotecária a grande expansão do IRR no que diz respeito às temáticas pesquisadas, número de laboratórios e ensino, impactam diretamente a Biblioteca, pois cresce a demanda de público e a diversidade do acervo. Por essa razão, Núzia comenta que no seu cotidiano é fundamental manter o diálogo com vários setores da instituição, para alinhar as necessidades conjuntas.

 

Núzia sente prazer em auxiliar todos que procuram a Biblioteca, e muitas pessoas atendidas demonstram gratidão pela sua ajuda, como foi o caso de uma aluna que desejava ingressar no Mestrado e recebeu orientação da bibliotecária de como organizar suas leituras. A aluna passou nas provas e retornou para agradecer a assistência. Em razão de situações como essa, nas quais Núzia tem a dimensão da utilidade do seu trabalho, ela não pretende se aposentar tão cedo, apesar de já ter se organizado para tal momento.

 

A funcionária conta que sente orgulho de trabalhar na Fiocruz Minas, instituição voltada para a ciência e a saúde, que produz tantos resultados positivos para o bem-estar da população brasileira. E é justamente porque Núzia valoriza as pessoas acima de tudo, que ela considera o Projeto Memória uma iniciativa importante, pois são os trabalhadores que constroem a história do IRR.

 

 

 

 

 

 

Projeto Fiocruz Minas, patrimônio do Brasil: História, memória, ciência e comunidade

 

 

Agradecimento: Núzia Santos pela entrevista concedida no dia 13/03/2025, no IRR, Belo Horizonte.