Uma turma da Escola Municipal Tito Flavius, de Betim (MG), visitou a Fiocruz Minas na última semana e vivenciou uma imersão no universo científico. Os estudantes foram recebidos pelo Comitê de Divulgação Científica da unidade, que realizou a mediação da visita, conduzindo os grupos por diferentes espaços de pesquisa. Ao longo do percurso, eles conheceram as quatro coleções biológicas, três insetários e puderam observar, na lupa, espécies de insetos estudadas pela instituição.
Durante a visita, cada grupo foi acolhido por responsáveis das coleções e insetários, que explicaram o ciclo biológico de vetores importantes para a saúde pública e demonstraram como esses organismos estão relacionados à transmissão de doenças. A atividade despertou grande curiosidade entre os estudantes, que fizeram perguntas e interagiram com os pesquisadores.
Ao final, a diretora da Fiocruz Minas, Cristiana Brito, se reuniu com a turma para um bate-papo de encerramento. O encontro proporcionou uma troca enriquecedora, com espaço para perguntas e reflexões sobre o papel da instituição e a importância da pesquisa científica para a saúde da população.
Vamos junto?- A Escola Municipal Tito Flavius participa do projeto Vamo Junto?, desenvolvido pelo grupo Saúde, Educação e Cidadania (SEC) da Fiocruz Minas. A iniciativa estimula a mobilização comunitária para a criação de ações voltadas à saúde nos territórios a partir de demandas locais.
Em Duque de Caxias, bairro onde a escola está localizada, um comitê popular identificou o uso do capim Vetiver como possível alternativa para reduzir problemas ambientais, como erosão e risco de desabamento. A partir dessa demanda, nasceu uma proposta de iniciação científica envolvendo estudantes da rede pública.
O objetivo do projeto é investigar o uso do Vetiver como solução de bioengenharia, aplicando a planta em intervenções reais dentro da escola. Os estudantes irão cultivar o capim em áreas internas e acompanhar os resultados do seu uso como tecnologia verde, substituindo soluções tradicionais, conhecidas como tecnologias cinzas.
Com o apoio dos professores e supervisão de pesquisadores da Fiocruz Minas, a turma irá formular questões de pesquisa, observar processos, registrar descobertas e propor melhorias. O estudo funcionará como projeto piloto, com potencial de expansão para outras áreas do bairro, incentivando práticas sustentáveis e geração de renda com produtos derivados do Vetiver.
Capim Vetiver- Embora se pareça com um capim comum, o Vetiver possui características únicas. Sua raiz cresce verticalmente, atingindo grande profundidade, o que ajuda a fixar o solo, evitar erosão e estabilizar áreas com risco de desabamento. Ele não se espalha e não se torna invasor, permanecendo exatamente onde é plantado. Essa capacidade faz da planta uma matéria-prima eficiente para soluções territoriais de baixo custo e impacto ambiental reduzido.
A metodologia adotada no projeto é interdisciplinar, envolvendo diferentes áreas do conhecimento em etapas integradas de estudo e intervenção. Serão discutidos problemas reais do ambiente escolar, como rachaduras em muros, acúmulo de resíduos e contaminação do solo.
A Fiocruz Minas oferece orientação teórica e metodológica, enquanto os docentes da escola coordenam experiências práticas com os estudantes, fortalecendo a autonomia, o pensamento crítico, a colaboração entre os grupos e o entendimento sobre o território.
O diálogo contínuo com a comunidade escolar permite adequações permanentes no projeto, reforçando o caráter participativo. Pelo modelo de pesquisa-ação, cada etapa envolve observação, intervenção e reflexão, aproximando o conhecimento científico da realidade vivida pelos moradores do bairro.
Sobre a Escola Tito Flavius- Fundada em 1989, a escola atende estudantes do 1º ao 9º ano do ensino fundamental e leva o nome de Tito Flavius, professor de Língua Portuguesa e Inglesa que atuou na instituição entre 1994 e 2000, reconhecido pelo compromisso educacional e dedicação às atividades pedagógicas.
