Serão abertas, nas próximas semanas, as inscrições para os cursos de Mestrado e Doutorado da Fiocruz Minas. Os interessados em ingressar no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva podem se inscrever entre os dias 23 e 25 de outubro; já as inscrições para o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde podem ser feitas no período de 27 a 31 também deste mês. Todas as informações estão disponíveis nos editais do processo seletivo de 2018, nas páginas dos respectivos programas:
Ciências da Saúde e
Saúde Coletiva.
Ambos os programas conquistaram excelentes resultados na última avaliação quadrienal da Capes, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde recebeu a pontuação máxima – nota 7-, sendo promovido a curso de excelência de padrão internacional. Já o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, que não teria como subir no ranking por estar sendo avaliado pela primeira vez, conseguiu atingir a meta de manter a pontuação atribuída quando foi criado, ficando com nota 4.
“ É, sem dúvida, um resultado extremamente positivo, fruto do esforço de todas as coordenações, que vêm, ano a ano, desenvolvendo um trabalho sério, com uma visão direcionada às metas propostas pela Capes. Essas notas são importantes para a instituição, que sai fortalecida; para nós, que fazemos parte do corpo docente; e também para os alunos, já que a pontuação é um reconhecimento da qualidade dos cursos”, afirma a vice-diretora de Ensino da Fiocruz Minas,Cristiana Brito.
Para alcançar a pontuação máxima da Capes, o programa de pós-graduação precisa ser considerado “Muito Bom” em todos os quesitos avaliados. Hoje, dos cerca de 5600 cursos existentes no Brasil apenas 5% deles ocupam a posição mais alta do ranking. O número é reduzido porque os cursos são comparados, só recebendo o conceito “Muito Bom” aqueles com as melhores performances dentro de sua categoria, que varia conforme a área de atuação.
“O Ciências da Saúde pertence à área de Medicina II, que abrange um total de 100 cursos. Nessa categoria, além do nosso programa, somente mais um conseguiu aumentar a nota e chegar à pontuação máxima”, conta a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Luzia Helena Carvalho.
Entre os indicadores de desempenho avaliados pela Capes, incluem-se proposta dos cursos, áreas de concentração, linhas de pesquisa, estrutura curricular, infraestrutura física disponível, inserção social e, em particular, os produtos principais de um programa de pós-graduação, que são os mestres e os doutores titulados e a produção intelectual (científica e técnica ) gerada no processo formativo.
Neste último relatório, as mudanças efetuadas no Ciências da Saúde, com a inclusão de linhas de pesquisa e novas disciplinas, foram bastante elogiadas.
Já na avaliação dos docentes e discentes, contam pontos a produção intelectual, mensurada por meio de publicação de artigos em revistas de impacto, bem como as patentes geradas. Ao avaliar o corpo docente do Ciências da Saúde, a Capes destacou o fato de a produção científica ser bastante homogênea entre o corpo permanente.
Em relação ao corpo discente, o relatório enfatizou o número de profissionais formados no último quadriênio, com titulação de 70 mestres e 58 doutores. A Capes também ressaltou o tempo gasto na formação, considerado bastante positivo, além da participação de discentes ou de egressos como autores ou coautores na produção científica do programa.
“O objetivo principal da Capes é avaliar a qualidade dos profissionais que estamos formando e, por isso, a situação dos egressos é muito importante. No caso dos nossos ex-alunos, 90% deles estão em atividade acadêmico-científica ou atuando na atenção à saúde. Boa parte tem publicado em revistas reconhecidas, independente dos docentes do Programa, o que caracteriza independência científica”, afirma Luzia.
Outro aspecto que tem sido cada vez mais valorizado pela Capes é a inserção social dos programas, ou seja, a capacidade de dialogar com as demandas da sociedade. Nesse quesito, os cursos do IRR têm tido participação relevante. Para chegar ao padrão de excelência internacional, avalia-se ainda o potencial da instituição – por meio de seus docentes- de firmar parcerias com instituições de outros países. Novamente, nesse quesito, o corpo docente do curso de Ciências da Saúde se mostrou altamente qualificado.
Saúde Coletiva- Criado em 2013, o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva passou por sua primeira avaliação, recebendo considerações positivas em todos os quesitos analisados. Com exceção do corpo discente, conceituado como “Bom”, todos os demais quesitos receberam conceito “Muito Bom” pela comissão de avaliação.
“ A primeira turma de doutorado acabou de ser formar e, dessa forma, ainda não houve tempo para que nossos egressos tivessem uma produção significativa, impedindo a avaliação completa desse quesito. Mas estamos muito felizes porque o programa foi bastante elogiado e isso significa que estamos no caminho certo”, afirma o coordenador do Programa em Saúde Coletiva, Sérgio William Viana Peixoto.
O relatório da Capes deixa claro que a avaliação dos discentes ficou parcialmente prejudicada devido à inexistência de alunos mais antigos, sobretudo os doutores formados pelo Programa, uma vez que a avaliação inclui os egressos dos cinco anos anteriores ao quadriênio analisado. Mas o relatório ressalta que, no que se refere ao mestrado, os números são positivos em comparação aos parâmetros estabelecidos para a área.
Em relação aos docentes, o relatório destacou a formação diversificada dos professores e ainda o fato de vários deles desempenharem papel de destaque nacionalmente e internacionalmente. A experiência em pesquisa e orientação em Saúde Coletiva também foi ressaltada. Isso foi possível porque, embora o programa tenha apenas quatro anos, até 2013, Saúde Coletiva era uma área de concentração do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e, assim, o corpo docente já vinha atuando de forma expressiva.
“A proposta de criar um programa específico surgiu a partir do aumento da demanda pela formação na área de Saúde Coletiva. Portanto, o objetivo principal foi fortalecer a área no IRR e formar quadros qualificados para atuar no SUS, já que metade dos alunos tem vínculo com alguma instituição que presta serviços para o SUS”, explica Sérgio.
O relatório também mencionou as excelentes condições de estrutura física e recursos variados, entre humanos, bibliográficos, de informática, entre outros. Também chamou atenção dos avaliadores a capacidade do Programa de gerar respostas para a sociedade, o que está vinculado à inserção social do Programa.
Reconhecimento- Para os atuais coordenadores dos programas de pós-graduação da Fiocruz Minas, os bons resultados alcançados podem ser atribuídos a um trabalho que se iniciou há quase 50 anos.
“Formamos mestres e doutores desde a década de 70. O embrião da nossa pós-graduação foi a parceria entre a UFMG e o IRR, que fortaleceu não apenas nossa instituição, mas também muitos dos cursos da UFMG, como Parasitologia e Bioquímica”, lembra Luzia. “Neste momento de comemoração, não podemos esquecer pessoas como Dr. Zigman Brener, o primeiro coordenador do curso de pós-graduação em Parasitologia, na época em que era pesquisador aqui da unidade. E ainda Virgínia Torres Schall, que teve papel essencial na implantação do Programa de Pós-Graduação no IRR”, enfatiza.
Atualmente, as coordenações têm se esforçado para disseminar uma compreensão aprofundada acerca da avaliação da Capes. Entre as estratégias estão os encontros com coordenadores de cursos que têm a pontuação máxima e com profissionais da Capes, além da participação em debates voltados para a área de atuação, como por exemplo encontros promovidos pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
“O empenho está sendo recompensado, mas sabemos que não podemos relaxar. É preciso manter o trabalho diário, adotando uma visão crítica em busca de aperfeiçoamento contínuo”, destaca a vice-diretora de Ensino.
Texto: Keila Maia
Foto: Banco de Imagens Fiocruz (Icict/Fiocruz)