Carlota Josefovicz Belisário

Carlota Belisário. Foto: Cláudia Gersen

 

Carlota Josefovicz Belisário nasceu em Recife, Pernambuco. Graduou-se em Biologia, em 2003, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Ainda na graduação tinha o desejo de realizar estágio na Fiocruz Minas e procurou a pesquisadora Liléia Diotaiuti, que em 2002 lhe ofereceu uma oportunidade de Iniciação Científica. Desde então Carlota permanece na instituição, tendo construído toda sua carreira no Instituto René Rachou (IRR).

 

Após a conclusão do curso a bióloga, iniciou o mestrado no Instituto Oswaldo Cruz, cursando as disciplinas no Rio de Janeiro, mas desenvolvendo suas investigações no IRR. Estudou as proximidades genéticas entre espécies de triatomíneos, sob a orientação de Liléia Diotaiuti e co-orientação do Álvaro Romanha, e defendeu a dissertação em 2006, intitulada Caracterização morfológica e molecular de híbridos do cruzamento de Triatoma maculata (Erichson, 1848) e Triatoma pseudomaculata Corrêa & Espínola, 1964 (Hemiptera: Reduviidae).

 

No ano de 2008, também orientada por Liléia Diotaiuti, Carlota passou no doutorado em Ciências da Saúde, na Pós-graduação do IRR. Seu tema abrangia um levantamento sobre espécies de triatomíneos na Serra do Cipó, descrição do cenário ecoepidemiológico, rastreamento genético e morfometria, de modo a compreender a razão da persistência das espécies nas residências locais, mesmo com o trabalho constante de borrifação para controle da doença de Chagas. O trabalho de campo foi intenso, envolvendo estudo de pequenos mamíferos (como roedores e micos), busca de espécie silvestres de triatomíneos na copa de palmeiras e análise de dados entomológicos da antiga Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM). Em 2012 defendeu a tese: Cenário ecoepidemiológico da doença de Chagas no entorno do Parque Nacional da Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil.

 

Ainda no doutorado Carlota trabalhou com estudantes de Iniciação Científica no seu projeto de pesquisa, um deles sendo Flávio Campos Ferreira, que também seguiu trajetória profissional no IRR. Ele desenvolveu seu mestrado e doutorado com tema derivado do trabalho de campo feito pela equipe na Serra do Cipó, sobre marcadores microssatélites para análise genética de Panstrongylus megistus. Para Carlota esse foi um dos momentos marcantes da sua trajetória no IRR, pois representa um ciclo colaborativo de trabalho em equipe, e também sua contribuição para a formação de um novo pesquisador.

 

Com 23 anos de IRR, a pesquisadora participou de diversos projetos na área de Parasitologia e Biologia Molecular, principalmente em Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores, atuando no Laboratório de Triatomíneos e Epidemiologia da doença de Chagas. Segundo Carlota, ao longo do tempo ela acompanhou a expansão física da instituição, e principalmente o aprimoramento dos recursos para o laboratório, que foi reformado e pôde contar com maior independência operacional.

 

Atualmente, a pesquisadora atua no IRR como bolsista da Fiotec, e sua maior preocupação é justamente a instabilidade desse tipo de vínculo, com as consequentes limitação em termos de direitos trabalhistas e aposentadoria. Mesmo assim Carlota acredita que fez uma boa escolha, pois cresceu na instituição, se sente valorizada e tem boa convivência com os colegas. Ela sente orgulho de trabalhar na Fiocruz Minas, pela importância da instituição no cenário das pesquisas mundiais, e também pela oportunidade de conhecer pesquisadores como Liléia Diotaiuti e João Carlos Pinto Dias.

 

Carlota Belisário acredita que o objetivo final de todo o trabalho desenvolvido no IRR é responder aos problemas de saúde da população, pois até mesmo a pesquisa básica é um instrumento que abre possibilidades para avanços futuros. Para ela, após tantos anos de Fiocruz Minas, parte de sua identidade pessoal se conecta com a instituição. Por essa razão a pesquisadora destaca a importância do Projeto Memória, sentindo-se feliz com o convite e a possibilidade de compartilhar sua trajetória profissional com a comunidade do IRR.

 

 

 

 

 

Projeto Fiocruz Minas, patrimônio do Brasil: História, memória, ciência e comunidade

 

 

Agradecimento: Carlota Josefovicz Belisário pela entrevista concedida no dia 25/02/2025, no IRR, Belo Horizonte.

 

 

 

 

 

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