Duas novas bactérias foram descritas em um estudo realizado na Fiocruz Minas. Os microrganismos estudados são predominantes de ambientes de mineração, e a caracterização deles poderá contribuir para encontrar soluções voltadas para a recuperação ambiental. Uma das bactérias descritas foi classificada como um novo gênero e recebeu o nome de
Chaer renensis, em homenagem ao professor aposentado Arnaldo Chaer (Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Viçosa) e ao Instituto René Rachou, onde a linha de pesquisa foi iniciada.
“Foi um estudo bastante complexo, que envolveu o sequenciamento de uma grande quantidade de dados genéticos, e nós tivemos todo o suporte da instituição para fazer esse trabalho. Então, a homenagem foi uma forma de retribuir o apoio recebido”, conta o pesquisador Gabriel da Rocha Fernandes, do Grupo de Bioinformática do IRR.
O artigo com a descrição das bactérias foi publicado recentemente na revista Molecular Ecology. De acordo com Victor Pylro, pós-doutorando do IRR no período em que o estudo foi realizado, como se trata de organismos com funções muito limitadas, não é possível cultivá-los em laboratório. Dessa forma, para chegar aos resultados, foi necessário fazer o sequenciamento de todo o material genético da amostra ambiental onde esses microrganismos estão presentes. Ou seja, os pesquisadores partiram do metagenoma da área de mina para conseguir acessar o genoma desse novo grupo de bactérias.
“Os dados gerados nos permitem compreender a relação ecológica dessas bactérias com outros microrganismos que vivem no mesmo ambiente. São informações que poderão substanciar novos estudos para mitigar os impactos do manejo na mineração, visando à recuperação dessas áreas, que já são bastante degradadas”, afirma Pylro, que atualmente é professor de microbiologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA),.
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Imagem elaborada pelos pesquisadores, publicada no artigo