Encerrada a 17ª Reunião do Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose
Pesquisadores de diferentes unidades da Fiocruz participaram, nos dias 26 e 27 de junho, da 17ª Reunião do Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose- Fio-Schisto. O evento, realizado em Belo Horizonte, teve por objetivo discutir aspectos importantes relacionados a controle e tratamento da doença, de forma a subsidiar as decisões a serem tomadas pelo Ministério da Saúde.
“Trata-se de uma reunião que nos permite trocar informações e colocar em discussão temas relevantes acerca da doença. O intuito é que, a partir dos debates, possamos fazer recomendações que contribuam para Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose”, explica o pesquisador do IRR Roberto Sena Rocha, coordenador do Fio-Schisto, no triênio 2018-2020.
Durante a abertura do evento, a diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta, falou sobre a importância do Fio-Schisto, especialmente por ser um programa que consegue reunir a pesquisa básica e aplicada, envolvendo laboratórios de referência e coleções, concretizando, assim, a proposta de translacional. “É um grupo com lastro consolidado, que existe há mais de 30 anos, e vem atuando de forma a dar respostas ao Ministério da Saúde”, afirmou na mesa de abertura.
O assessor Carlos Eduardo Grault representou o vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Rodrigo Correa, que não pôde estar presente no primeiro dia do evento. Grault destacou que a Presidência tem trabalhado de forma integrada, unindo esforços para oferecer propostas bem consolidadas. “A ideia é que, a partir dos programas translacionais, possamos ter projetos estruturantes, possibilitando-nos apresentar soluções ao Ministério da Saúde”, ressaltou.
Discussões- Diversos temas foram debatidos durante os dois dias de encontro. Uma das questões em pauta se refere à aquisição de testes de diagnósticos e medicamentos voltados para a esquistossomose que não tenham sido desenvolvidos ou testados no Brasil. O grupo concluiu que é necessário recomendar ao Ministério da Saúde que, antes da compra, os kits diagnósticos e/ou medicamentos sejam validados no Brasil.
“As cepas de parasito que circulam nos países são diferentes e, dessa forma, é preciso testar se o produto desenvolvido fora terá a mesma eficácia no Brasil”, explica Roberto Sena.
Outro tema em discussão buscou responder a um questionamento do Ministério da Saúde: o medicamento para o tratamento da esquistossomose deve ser oferecido mediante confirmação da doença por exame sorológico ou deve-se exigir exame de fezes? Os pesquisadores concluíram que ainda não há evidências científicas para dar essa resposta, sendo necessário realizar novos estudos.
Durante a reunião, também foram iniciadas as discussões em torno dos molusicidas, produtos químicos utilizados para o controle de moluscos. O grupo também recebeu uma atualização acerca do desenvolvimento da nova formulação do Praziquantel, medicamento voltado para o tratamento da esquistossomose, produzido por Farmanguinhos.
Também tiveram início as discussões para a organização do 16º Simpósio Internacional de Esquistossomose, que acontecerá no ano que vem. “Já que estávamos todos juntos, foi uma oportunidade para pensarmos em possíveis palestrantes e convidados para este evento, que reúne especialistas do mundo inteiro. E já aproveito para lembrar a todos os interessados no tema que marquem em suas agendas a data do simpósio: será nos dias 24, 25 e 26 de agosto de 2020, em Ouro Preto. Certamente, será muito produtivo, assim como foi nossa reunião”, destaca o coordenador do Fio-Schisto.