Fiocruz Minas e parceiros recebem estudantes de escolas públicas na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

30/10/2024

Estudantes de 32 escolas públicas de Belo Horizonte e outros municípios de Minas Gerias estiveram na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), promovida pela Fiocruz Minas, em parceria com o Projeto Sofia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-Minas). Em dois dias de evento, 23 e 24 de outubro, cerca de 1500 pessoas, a maioria crianças e adolescentes, visitaram as exposições e participaram das diversas atrações, que foram realizadas no Centro de Referência da Juventude, situado no Centro da capital mineira.

“O grande diferencial deste ano foi ter conseguido trazer um número maior de escolas e alcançar um público que ainda não tinha participado da SNCT.  Também temos procurado, a cada edição, diversificar as atividades e melhorar a organização, de forma que os visitantes possam aproveitar bem o tempo, estando sempre envolvidos com alguma atividade”, destacou a coordenadora do Programa de Divulgação Científica da Fiocruz Minas, Cristiana Brito, à frente da organização do evento.

As exposições temáticas mostrando diferentes agravos com os quais a Fiocruz trabalha foram destaque no evento. Malária, esquistossomose, leishmanioses, doença de Chagas, arboviroses e as coleções biológicas foram alguns dos temas apresentados. Os participantes puderam conhecer os parasitos e vetores das doenças, por meio do uso de lupas, microscópios, modelos e maquetes.

Aluno da Escola Estadual Professor Alcindo Vieira, de Belo Horizonte, Miguel Araújo França, de 12 anos, ficou impressionado com o estande sobre o Aedes aegypti: “Muito interessante ver o ciclo do mosquito que transmite a dengue e outras doenças e aprender como se prevenir. Estou gostando bastante de todas as exposições”, afirmou. A estudante Nicoli Ramalho Silva, de 11 anos, da Escola Municipal Gracy Vianna Lage, de Belo Horizonte, gostou de saber mais sobre doença de Chagas: “Gostei muito da exposição sobre barbeiros. Muito bom poder aprender sobre a prevenção, tratamento, porque, agora, a gente já sabe o que fazer para se proteger”, disse.

Parceira da Fiocruz de longa data, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) apresentou a exposição Animais Peçonhentos e atraiu a atenção do público. A dona-de-casa Elisângela Simões do Nascimento contou que estava passando com o filho e o marido e, pelo vidro da janela do CRJ, avistaram a exposição de escorpião. “Decidimos entrar porque meu filho pediu pra ver de perto. Ele está adorando poder usar o microscópio. Valeu a pena ter entrado, as explicações são muito ricas”, declarou. Quem também se impressionou com a exposição da Funed foi a estudante Tábata Maria Marques, de 15 anos, da Escola Estadual Professor Caetano Azeredo, em Belo Horizonte. “Este estande das cobras é muito interessante. Adorei saber como é feito o soro antiofídico”, afirmou.

Jogos diversos garantiram animação e muita interatividade. Em um deles, as pessoas seguiam pegadas de animais e, por meio de dicas apresentadas durante a atividade, tentavam descobrir de que animal se trata. Em outro, os participantes se transformavam em agentes de saúde e seguiam as trilhas indicadas no tabuleiro, em busca do transmissor das leishmanioses. Já no jogo Biomas em Ação, os participantes colocavam a prova seus conhecimentos sobre os biomas brasileiros, mas com o apoio da turma. “Achei legal a dinâmica desse jogo, de poder ler sobre o tema e responder com a ajuda dos colegas”, disse Gabrielly Alves da Silva, de 12 anos, da Escola Municipal Wancleber Pacheco, de Contagem.

Criado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o jogo Ciclo do Poder, voltado para adolescentes, abordou o ciclo menstrual e teve como objetivo ajudar a personagem chamada Cris a passar pelo seu primeiro ciclo menstrual. Houve também o jogo É Fato ou Fake, abordando fake News, em parceria com a Rede LIDE. “Acabei de participar. Aprendemos o que é fake news, como se propagam e como podemos identificá-las. Estou achando muito divertido”, contou o estudante Guilherme Samuel Patrocínio, 14 anos, da Escola Estadual Professor Affonso Neves, em Belo Horizonte. A escola de Guilherme, além de trazer turmas de alunos para participar, conduziu uma das atividades da SNCT, a apresentação do jogo RPG do Biomas desenvolvido por um grupo de alunos.

Cultura e diversidade- Outro destaque do evento foi a mostra Confluência de saberes nos biomas mineiros: territórios de ancestralidade e tradições com a agroecologia, que teve por objetivo promover uma reflexão sobre o papel da agroecologia para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Participaram desta atividade moradores do grupo de congado do aglomerado urbano Cabana do Pai Tomás, do Quilombo Córrego do Narciso, bem como indígenas das comunidades Pataxó, Kaxixó, Tikúna e Xakriabá, que apresentaram componentes da culinária, do artesanato, entre outros elementos que representem a diversidade cultural dessas comunidades e a sua relação com os biomas mineiros.  

“Achei legal que trouxeram objetos característicos dessas comunidades. Aprendi sobre a cultura dos quilombolas, sobre a origem do feijão tropeiro”, destacou o estudante Matheus Barreto, 16 anos, da Escola Estadual Manuel Casasanta. “Gostei muito do cenário e da conversa com o pessoal do Congado e conhecer um pouco mais sobre a história”, contou Rafael Lemos, 18 anos, aluno da Escola Estadual Professora Nair de Oliveira Santana, de Belo Horizonte.

Outras duas atividades chamaram atenção: o escape room Cientistas em Ação, em que os participantes precisavam correr contra o tempo para desvendar pistas e usar ferramentas científicas para salvar pacientes de um hospital fictício; e o escape room O enigma de Lassance, promovido pelo IOC, em que os participantes tinham que decifrar mistérios e encontrar a solução do problema sobre as descobertas da doença de Chagas. Além dessas, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) levou o Museu Itinerante Ponto, uma carreta com cinco salas com temas relacionados à ciência e à natureza. Houve ainda o Show de Ciências, que apresentou experimentos simples de química, que podem ser repetidos em casa e na escola.

Tantas atrações deixaram Emanuel Wagner, de 12 anos, aluno da Escola Estadual Professora Elza Cardoso Rangel, de Ibirité, impactado. “Para mim, está sendo uma experiência única. Eu, particularmente, nunca tinha participado de um evento desses. As exposições são muito legais, tem um pessoal bacana atendendo a gente e estou achando tudo muito interessante. É um conhecimento novo que a gente ganha e se diverte também”, afirmou.

Responsáveis pelas turmas que visitaram a SNCT, os professores destacaram a importância do evento. “É um evento importante para os alunos verem o que é feito nos laboratórios. Aqui, eles podem aprender mais sobre temas com os quais trabalhamos em sala de aula, mas, muitas vezes, não temos recursos para aprofundar”, destacou o professor Tiago Coelho, da Escola Municipal Professor Cláudio Brandão, de Belo Horizonte.

A professora Kelly Christine Gandra Gazzinelli, da Escola Estadual Professor Affonso Neves, em Belo Horizonte, ressaltou o lado lúdico de várias atividades. “Esse evento é fantástico, muito bem organizado. Tudo muito atrativo, lúdico, atraindo bastante a atenção dos alunos”, salientou.

O professor Adriano Breguncci Pompello, da Escola Estadual Professora Elza Cardoso Rangel, de Ibirité, ressaltou que o evento é uma oportunidade para os alunos de escola pública terem contato com o universo científico. “É uma atividade extremamente importante para a escola pública, principalmente, para estudantes de periferia e áreas rurais. Essa geração precisa muito receber informação de fontes confiáveis porque a tecnologia os coloca em contato com conteúdos nem sempre de qualidade”, afirmou.

Para a coordenadora da SNCT, o evento é também uma oportunidade para quem promove as atividades. “A gente aprende muito mais com o público. Para nós da pesquisa, é muito bom sair do laboratório, sair da nossa zona de conforto. Sem dúvida, a gente ganha muito mais”, disse.

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