30/06/2023
A Fiocruz Minas estará presente na 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), que acontece entre os dias 2 e 5 de julho, em Brasília. O evento deve reunir cerca de seis mil pessoas que, durante esses quatro dias, vão discutir, aprovar e deliberar propostas a serem contempladas no próximo ciclo de planejamento da União e servir de subsídio para a elaboração do Plano Nacional de Saúde e Plano Plurianual de 2024-2027. Organizada pelo Conselho Nacional de Saúde e promovida pelo Ministério da Saúde, a conferência terá como tema central Garantir direitos e defender o SUS, a Vida e a Democracia- amanhã vai ser outro dia.
“Essa conferência tem um papel importante, pois acontece em um momento de reconstrução de várias políticas públicas de saúde. A novidade desta edição foi a realização de conferências livres, promovidas durante o mês de maio, em que se elegeram delegados por temas, garantindo representatividade e uma grande diversidade de assuntos a serem debatidos. Isso, sem dúvida, já é um marco desta conferência”, afirma o especialista em saúde pública Fausto Pereira dos Santos, do grupo de Políticas de Saúde e Proteção Social, que irá representar a direção do IRR no evento.
Outro aspecto relevante desta edição, segundo o especialista, é o significado da 17ª conferência, que, após um período de vários retrocessos, aparece como a reafirmação da importância dos espaços democráticos de discussão e da participação da sociedade. “Nesses últimos anos, houve destruição e fechamento dos espaços. Tivemos um período de destruição do SUS, de negacionismo científico e de impedimento da participação popular. Houve cancelamento de várias políticas, como por exemplo, de saúde mental, saúde trabalhador. Então, guardadas as devidas proporções, esta conferência tem muito da 8ª conferência, que ocorreu durante o processo de redemocratização do país”, avalia.
Para Santos, o principal desafio será usar este momento de efervescência, em que vão surgir muitas ideias e proposições de diferentes grupos e interesses, para transformar tais propostas em política públicas concretas. “Nesses seis primeiros meses de governo, o Ministério da Saúde fez um esforço de retomar os projetos interrompidos, por meio do relançamento de diversos programas que haviam sido desarticulados. E cumpriu isso muito bem, considerando que não foi só uma questão de relançar programas, mas houve todo um redesenho deles, pois o contexto que temos hoje é bem diferente de anos atrás, quando os programas foram lançados, demandando ações e esforços diferentes também. Agora, a expectativa é que a conferência sirva de instrumento para se elaborar um conjunto de novas estratégias para melhorar a saúde pública do Brasil”, destaca.
Programação- A 17º CNS conta com quatro eixos que serão discutidos em mesas temáticas nos dois primeiros dias de evento. A programação inclui também um espaço cultural, onde acontecerão apresentações de teatro, literatura em cordel, poesia, sarau, performances, entre outras. Haverá ainda atividades autogestionadas, que foram propostas por movimentos sociais, federações de classe, institutos de pesquisa, entre outras organizações participantes do evento. Uma das 42 propostas selecionadas está a do grupo Saúde, Educação e Cidadania do IRR, que será apresentada no dia 4 de julho, das 17h às 19h, tendo como tema Direito à saúde, integralidade, saúde, democracia e diversidade.
“Nossa proposta é a exibição de dois documentários, produzidos recentemente pelo nosso grupo. O primeiro, Toda forma de ser, traz um relato comovente sobre as trajetórias de mães de crianças com microcefalia causada pelo Zika vírus; e o segundo, Sobre Vhivências, aborda as experiências e desafios de pessoas que vivem com o vírus HIV. A ideia é exibir os documentários e, em seguida, fazer uma roda de conversa para discutirmos e refletirmos sobre esses dois importantes temas”, explica a pós-doutoranda Berenice de Freitas Diniz, uma das delegadas que irá representar a Fiocruz, eleita na Conferência Livre de Cobertura Vacinal da Fundação.
As atividades autogestionadas, segundo a organização do evento, visam proporcionar um espaço físico para escuta e debate de um SUS que precisa ser observado, analisado, questionado e reconstruído de forma orgânica e constante. “No nosso caso, a expectativa é que a atividade provoque reflexão junto aos gestores, trabalhadores da saúde, de forma a se pensar na implementação de políticas públicas. É preciso ampliar o debate na questão do acolhimento e outros aspectos, visando melhorar os serviços. E os filmes têm a possibilidade de despertar essa reflexão, pois mostram os desafios pela voz de quem os vivenciam. Além disso, esperamos que, para além da conferência, as pessoas possam levar o debate para suas cidades”, destaca a pós-doutoranda. Na condução dessa atividade, além de Berenice Diniz, também estarão presentes a coordenadora do grupo Saúde, Educação e Cidadania, Zélia Profeta, e as integrantes Paloma Ferreira Coelho e Rose Ferraz Carmo.
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