Você sabe o que são as leishmanioses?

Leishmanioses é o nome dado ao conjunto de doenças antropozoonóticas (doença primária de animais, que pode ser transmitida aos humanos) causadas pela infecção por parasitos do gênero Leishmania. (OPAS; OMS, 2021)

A Leishmania, parasito que causa a doença, é encontrada em animais vertebrados doentes e é transmitida pela picada da fêmea do inseto, denominado flebótomo (também conhecido por mosquito palha ou cangalhinha). O flebótomo pica um animal (reservatório) contaminado e depois, ao picar uma pessoa sadia, pode transmitir a doença.

O flebótomo é um inseto pequeno que tem dois a três milímetros.
Tamanho ampliado.	A Leishmania mostrada nessa figura está muito aumentada, pois é impossível vê-la a olho nu.

Existem diferentes manifestações clínicas. Nas Américas, as principais são as formas visceral e tegumentar (cutânea ou mucosa).

A leishmaniose NÃO é transmitida pela mordida de animais vertebrados infectados.

Leishmaniose Tegumentar

 A leishmaniose tegumentar é a forma clínica das leishmanioses que acomete pele. Aparecem lesões (feridas) na pele localizadas na região da picada do flebótomo. Inicialmente pode aparecer uma “íngua” ou “espinha”, dando origem mais tarde a uma ferida (leishmaniose cutânea). Mas podem aparecer também em outros lugares do corpo, como as mucosas do nariz, principalmente, boca e garganta (leishmaniose tegumentar).

Figura 1: leishmaniose cutânea: lesão clássica.

A Leishmania é encontrada em pequenos mamíferos que residem em regiões onde existam matas, seja na zona rural ou mesmo nas cidades. Pequenos roedores são os principais reservatórios da doença em áreas urbanas e em áreas rurais/florestas. Raposas, preguiças e gambás também são importantes na manutenção do ciclo da doença em ambientes silvestres.

Diagnóstico

O diagnóstico das leishmanioses é realizado através de consulta com médico infectologista ou dermatologista, preferencialmente. Depois de examinar o paciente o médico poderá fazer coleta do material para realização de exames laboratoriais, que são:

• Pesquisa direta a partir de fragmento de biópsia da lesão
• Cultivo em laboratório do material extraído da lesão
• PCR (reação da cadeia da polimerase)

Como não confundir com outras doenças de pele?

Na maioria das vezes, no início a ferida é pequena, arredondada, geralmente tem a borda elevada e avermelhada, não causa dor em alguns casos e tende ao crescimento progressivo (leishmaniose cutânea). Em algumas pessoas podem aparecer feridas no nariz, boca e garganta.

Lesão de leishmaniose tegumentar, forma cutânea. Fonte:

Leishmaniose visceral (ou calazar)

A leishmaniose visceral é grave e, se não tratada, pode matar!

A leishmaniose visceral é a forma clínica das leishmanioses que acomete os órgãos internos como fígado, baço e medula óssea. A Leishmania, parasito que causa a doença, é encontrada no sangue de animais (reservatórios) infectados, como o cão. O mosquito, ao picar o cão infectado, pode se infectar e, ao picar uma pessoa sadia, ela pode contrair a leishmaniose visceral.

Com o passar do tempo o doente pode apresentar aumento do fígado e do baço.

Figura 3: Leishmaniose visceral: adulto com desnutrição e importante esplenomegalia.

Diagnóstico

O diagnóstico das leishmanioses é realizado através de consulta com médico infectologista ou dermatologista, preferencialmente. Depois de examinar o paciente o médico poderá fazer coleta do material para realização de exames laboratoriais, que são:

• Pesquisa direta a partir aspirado de medula óssea;
• Cultivo em laboratório do material extraído de medula óssea
• PCR (reação da cadeia da polimerase)
• Teste sorológico por imunocromatografia – Teste Rápido

ATENÇÃO!!!

Ao perceber os primeiros sinais da leishmaniose visceral, procure rapidamente o Posto de Saúde mais próximo da sua casa ou o seu Serviço de Saúde, para avaliação médica!

VOCÊ SABIA?

A leishmaniose visceral é grave e, se não tratada, pode matar!

 Como posso me proteger?

Algumas ações podem reduzir o risco de infecção pela Leishmania:

• usar mosquiteiros de malha fina, telar portas e janelas e usar repelentes sob orientação médica;
• deixar seu quintal sempre limpo para não juntar resíduos orgânicos.
• não jogar lixo em lotes vagos
• usar coleiras repelentes em cães domésticos

Tratamento

Existe tratamento para as leishmanioses! A escolha do melhor tratamento dependerá da apresentação da doença e, principalmente, das características do paciente, como idade e presença de outros problemas de saúde.

Todos os tratamentos para as leishmanioses são fornecidos pelo SUS.