Pernambuco vulnerável à mudança do clima

08/08/2017

Pernambuco poderá apresentar dias mais secos e mais quentes a partir de 2041. Segundo as análises feitas, a temperatura no Sertão Pernambucano poderá aumentar até 3,7°C, como é o caso dos municípios de Trindade e Araripina. Essas informações foram obtidas a partir do software Sistema de Vulnerabilidade Climática (SisVuClima), ferramenta que calcula a vulnerabilidade dos 184 municípios pernambucanos à alteração climática. Nos dias 23 e 24 de agosto, ocorrerá uma capacitação sobre o sistema, de 8h30 às 18h, no Hotel Golden Tulip Recife Boa Viagem. O software é um dos produtos desenvolvidos no âmbito do projeto Vulnerabilidade à Mudança do Clima, executado pela Fiocruz em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e financiado pelo Fundo Clima. Por meio do SisVuClima, gestores e técnicos do estado poderão avaliar e comparar as vulnerabilidades e os fatores de risco das cidades pernambucanas e, posteriormente, planejar ações para reduzir os impactos das mudanças climáticas e aumentar a capacidade de adaptação da população a esta nova realidade. Mais calor e menos chuvas As análises realizadas sobre os municípios de Pernambuco apontam que as populações que vivem na parte oeste, possivelmente terão que lidar com o aumento da temperatura, que poderá subir até 3,7°C a partir de 2041. Em municípios como Afrânio, Dormentes e Santa Cruz essa elevação pode chegar a 3,6°C em relação ao período atual. A região litorânea seria a menos impactada, com elevações até 2,7°C, como é o caso de Recife, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. Em relação ao volume de chuvas, a região do São Francisco seria a mais afetada com uma redução de até 39%, a exemplo de Petrolândia. Em Tacaratu, esse percentual poderá diminuir até 37,4% e, em Jatobá e Inajá, 36,9% e 36,3%, respectivamente. O cenário é mais ameno no litoral de Pernambuco, onde a precipitação total anual poderá ter uma queda de até 4,4%, como é o caso de Recife e Jaboatão dos Guararapes. Na porção sul litorânea, o impacto seria maior em Barreiros, São José da Coroa Grande e Tamandaré: 11% na diminuição da pluviosidade. As informações do software sobre os cenários climáticos para o período de 2041 a 2070 indicam que o percentual no número de dias seguidos sem chuva, índice chamado de CDD, aumentará em todo o estado. As cidades de Timbaúba e Ilha de Itamaracá apresentaram os CDDs mais elevados: - 55% em relação ao período atual, enquanto a capital Recife poderá ter uma diminuição de até 53%. A região do São Francisco poderá ser a menos impactada, tendo em vista que o aumento do período de estiagem poderá chegar a 3%, como é o caso dos municípios de Dormentes e Afrânio. Entendendo a ferramenta O software SisVuClima apresenta 67 tipos de informações sobre cada cidade de Pernambuco, gerando índices e subíndices e permitindo a visualização de resultados por meio de mapas temáticos e gráficos. Com o uso da ferramenta, é possível ter acesso a dados sobre doenças associadas ao clima, ocorrência de desastres naturais, cenários climáticos, grupos sociais mais sensíveis à mudança do clima, cobertura vegetal e exposição costeira e os municípios mais vulneráveis às alterações climáticas, dentre outras informações. Por meio da capacitação, 22 gestores e técnicos estaduais aprenderão a manusear a ferramenta. Em Pernambuco, participarão os representantes das seguintes instituições: Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (CONDEPE/FIDEM) e secretarias estaduais de Saúde e Meio Ambiente e Sustentabilidade. O secretário executivo da SEMAS, Carlos Cavalcanti, participará da abertura do evento.   Texto: Reginaldo Alves (Projeto Vulnerabilidade à Mudança do Clima)

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