Pesquisa sem fronteiras: Fiocruz Minas busca fortalecer parcerias internacionais

08/06/2016

bandeiras_-_533x300_0 Iniciativas importantes estão acontecendo na Fiocruz Minas com o intuito de institucionalizar parcerias firmadas com órgãos e instituições de outros países. A intenção é possibilitar que acordos para colaboração pontuais possam ser consolidados dentro de uma mesma frente de trabalho, de forma a fortalecer os laços com entidades internacionais e deixar abertas as portas para outras parcerias. “Queremos facilitar o acesso de todos os nossos pesquisadores a instituições internacionais. Alguns já atuam em colaboração, mas nosso objetivo é ampliar para mais profissionais e também para alunos”, destaca a diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta. Um acordo assinado recentemente pela Fiocruz e pela Universidade da Georgia (UGA) é uma dessas iniciativas. Um comitê composto por profissionais das duas instituições foi responsável pelas negociações e, partir de agora, ficará responsável por auxiliar os interessados em estabelecer algum tipo de parceria. “O comitê poderá orientar em relação a todo o trâmite burocrático, bem como apontar possibilidades de parceria. O objetivo é tornar mais fácil o caminho de pesquisadores e estudantes das duas instituições que queiram desenvolver projetos em conjunto”, explica Rafaella Fortini Grenfell e Queiroz, pesquisadora da Fiocruz Minas e representante da Fiocruz no comitê. Entre as atividades passíveis de colaboração estão projetos de pesquisa, treinamentos, workshops, seminários, congressos, cursos, bem como intercâmbio de estudantes, pesquisadores e outros profissionais. Também estão previstas parcerias para elaboração de artigos, pedido de patentes, transferência de tecnologia e constituição de empresas. Uma delegação da Universidade da Georgia, composta pelo vice-reitor e diretor de Programas Globais, o diretor de Relações Internacionais, o gerente da Vice-Diretoria de Pesquisa e uma professora da Escola de Trabalhos Sociais, esteve na Fiocruz Minas. Durante a visita, foi realizada uma webconferência, em que pesquisadores das duas instituições puderam se apresentar. Uma próxima atividade está sendo organizada para o mês de outubro, quando haverá um workshop. “Pesquisadores da UGA virão para o Brasil para conhecer melhor a atuação da Fiocruz. Teremos discussões acerca dos projetos de pesquisas e mesas-redondas sobre assuntos específicos, permitindo que profissionais com interesses em comum possam conversar e compartilhar experiências e ideias”, revela Rafaella. Também está sendo elaborado um site que vai abrigar informações sobre o acordo de cooperação. Estarão disponíveis as oportunidades de financiamento, minicurrículos de pesquisadores para facilitar a rede de relacionamentos, além dos workshops, eventos e todas as outras ações decorrentes da parceria. “Praticamente todos os pesquisadores têm fortes relações internacionais e parcerias de longa data. E é por saber que tais parcerias têm potencial para evoluir é que estamos criando espaços para que elas possam ser fortalecidas e ampliadas”, destaca o vice-diretor de Pesquisa da unidade, Carlos Eduardo Calzavara Silva. Canadá e Bélgica- Também visando estimular as colaborações internacionais, a Fiocruz Minas está em negociação com o Consulado Geral do Canadá, por meio do escritório comercial sediado em Belo Horizonte. A ideia surgiu depois da divulgação do edital CIHR/IDRC ZIKV, que visa financiar projetos de pesquisa voltados para o combate ao Zika vírus, desenvolvidos conjuntamente por pesquisadores canadenses e por instituições de pesquisa da América Latina e Caribe. “O propósito é identificar universidades e instituições do Canadá com as quais possam ser feitas parcerias. O foco, no momento, é o edital, cujo prazo para inscrições vai até o dia 12 de julho. Mas, claro, também já pretendemos visualizar acordos futuros”, destaca Calzavara. Uma reunião entre representantes do Consulado, da área de relações internacionais do Canadian Institutes of Health Research -CIHR e da Fiocruz Minas já está marcada para o dia 21 de junho. “Entramos em contato com o delegado comercial do consulado, Franz Brandenberger, responsável pelo setor de educação em Minas e por divulgar oportunidades de parcerias com instituições canadenses, incluindo bolsas de estudos. Também contatamos Marc Ouellette, diretor científico do CIHR, que, segundo o edital, vai financiar os projetos canadenses”, explica o pesquisador da Fiocruz Minas, Rubens Lima do Monte Neto, que a pedido da direção da unidade está viabilizando os contatos.  Também fará parte do encontro a ACBNet, rede de ex-alunos de instituições canadenses da qual Rubens faz parte. Outra negociação em andamento teve início a partir de um contato feito pelo Consulado da Bélgica. Com o incentivo de pesquisadores da Universidade da Antuérpia e por intermédio da pesquisadora Ana Rabello, o cônsul honorário, Henrique Rabelo, esteve na unidade recentemente para conhecer as atividades do CPqRR. Posteriormente, houve uma reunião com representantes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fapemig e Fiocruz Minas, onde foram apresentados os projetos da universidade belga. “Já tivemos uma reunião com o cônsul e, agora, estamos na fase de discussão para formalizar, por meio de um acordo de cooperação, essa nossa parceria. Vamos tentar fazer algo tendo como exemplo nossa experiência com a UGA”, ressalta a diretora do CPqRR. Zélia lembra que as iniciativas visando institucionalizar as parcerias internacionais tiveram início no ano passado, quando a unidade participou ativamente do Science, Technology and Innovation in Neglected Diseases: policies, funding and knowledge creation, evento coordenado pelo professor Eduardo Albuquerque, do Cedeplar da Universidade Federal de Minas Gerais. “Na época, estimulamos os pesquisadores da unidade a participarem e tivemos vários deles enviando seus projetos. Ao final, três colegas foram selecionados”, diz. Para o segundo semestre, outra ação já está prevista. “Vamos tentar, juntamente com o professor Léo Heller, alguma parceria com o London School of Hygiene and Tropical Medicine. Será mais um passo importante para fortalecer ainda mais a internacionalização da pesquisa na unidade.”

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