A equipe da Coleção de Mosquitos Neotropicais (CMN) da Fiocruz Minas promoveu, na última sexta-feira (10/5), uma ação educativa, no Zoológico de Belo Horizonte, voltada para o enfrentamento da dengue e outras arboviroses. A iniciativa faz parte de um projeto intitulado Levantamento da fauna de culicídeos em áreas estratégicas da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, e sua interação com a população, sob coordenação do curador da CMN, Fabiano Duarte Carvalho.
“O principal diferencial desse projeto é fazer a pesquisa científica, mas também promover um diálogo com a população. Dessa forma, nossa proposta é fazer um levantamento dos mosquitos que circulam em espaços de lazer e pontos turísticos de Belo Horizonte, locais considerados estratégicos por reunir muitas pessoas que, depois, vão circular por outros lugares. Além disso, estamos promovendo eventos para levar à população mais informações sobre um dos principais vetores de doença atualmente, que é o Aedes aegypti”, explica o coordenador do projeto.
Durante o evento realizado no zoológico, os visitantes puderam entender como se dá o ciclo de vida do Aedes aegypti, receberam informações sobre as doenças por ele transmitidas e viram de perto o desenvolvimento de larvas em criadouros comuns, mas nem sempre percebidos, como tampinhas de garrafa de refrigerante. No final de cada apresentação, as pessoas foram convidadas a aderir à Campanha 10 minutos contra o Aedes, idealizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
“Falamos também sobre a vacina contra a dengue, que já começou a ser aplicada em algumas faixas etárias, e reforçamos a importância da imunização. Nossa ideia é oferecer às pessoas informações que possam ajudá-las a agir e participar do enfrentamento das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti”, afirma Fabiano. Mais dois eventos educativos estão previstos para os próximos meses, sendo um no Parque Ecológico e outro no Jardim Botânico.
O projeto teve início em 2023, quando foram realizadas reuniões com gestores do município para mapeamento e definição das áreas a serem contempladas. A Região da Pampulha foi a escolhida por abrigar diversos pontos turísticos e espaços de lazer. No momento, a equipe da CMN está iniciando o levantamento dos mosquitos, que inclui coleta e identificação. “Depois da coleta e identificação, vamos informar à Secretaria Municipal de Saúde e, assim, permitir que os gestores saibam quais os possíveis vetores de doenças estão em circulação”, explica o coordenador. Ele destaca que está buscando firmar parcerias para fazer, também, uma análise molecular dos mosquitos, de forma a verificar se os insetos coletados estão infectados por algum tipo de vírus.
Realizado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), o projeto vai até dezembro de 2025.