Vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação visita a Fiocruz Minas
Um balanço dos últimos dois anos e uma apresentação das ações em desenvolvimento na Fiocruz no âmbito da inovação foram os temas centrais da palestra ministrada pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação, Marco Aurélio Krieger, em visita à Fiocruz Minas, nessa quarta-feira (4/9). A atividade, que contou com a presença de trabalhadores e estudantes do IRR, faz parte das comemorações pelos 64 anos da unidade, completados em agosto.
Em sua apresentação, Krieger mostrou as diversas frentes de trabalho da Fiocruz, ressaltando a capacidade de resposta da Fundação diante de grandes adversidades. Segundo ele, problemas recentes, como a epidemia de Zika e o retorno da febre amarela, são alguns exemplos concretos de desafios que foram superados com a contribuição significativa da Fiocruz.
“No caso da Zika, tivemos a Celina Turchi, da Fiocruz Pernambuco, que foi a primeira pesquisadora a demonstrar a associação do zika vírus e a microcefalia, achado que a colocou na lista da Revista Times das 100 personalidades mais importantes do mundo em 2016. E, no caso da febre amarela, que vocês conhecem bem aqui em Minas, onde reiniciou a epidemia, conseguimos saltar de uma produção de 25 milhões de doses da vacina para 67 milhões, nos possibilitando enfrentar a epidemia. São apenas algumas situações que podem nos encher de orgulho”, disse.
Entre as principais ações da pasta nos últimos dois anos, Krieger destacou a aprovação da Política Institucional de Inovação, elaborada por meio de um processo democrático, que levou em consideração não apenas o arcabouço jurídico brasileiro, mas também as deliberações aprovadas pelo Congresso Interno da Fundação.
Outra importante ação, segundo Krieger, foi o lançamento do Programa Inova Fiocruz, em 2018, que, por meio de uma série de editais, vem financiando projetos voltados não somente para pesquisadores, mas ainda para outros trabalhadores que tenham ideias inovadoras. De acordo com o vice-presidente, só para os primeiros editais, já foram liberados 33 milhões de reais.
“No que se refere a financiamento, temos buscado outras formas de atuação. E, para isso, temos contado com o apoio dos diretores das unidades. Aqui no IRR, por exemplo, por meio de uma parceria entre a Fiocruz e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, foi possível aprovar projetos voltados para a febre amarela. Zélia tem tido um papel importante”, contou. Segundo ele, Pernambuco, Paraná e Brasília já estão, inclusive, seguindo o modelo de Minas. Tais iniciativas têm impactado positivamente no volume de recursos obtidos para o custeio de projetos, saindo de 123 milhões, em 2016, para 191 milhões em 2019.
Além de destinar recursos para o desenvolvimento de projetos, o Programa Inova tem possibilitado mapear as linhas de pesquisa e as competências dos profissionais da Fundação. Dessa forma, tem sido possível identificar trabalhos semelhantes e viabilizar articulações, além de verificar os gargalhos da instituição. “Recentemente, lançamos um edital de bolsas porque, por meio do Inova, percebemos que mão-de-obra especializada era um dos gargalos da Fundação”, contou Krieger.
Propriedade Intelectual- A questão das patentes na Fiocruz também foi abordada durante a apresentação. Segundo o vice-presidente, atualmente, há cerca de 300 patentes concedidas à Fundação. O custo de cada uma delas, no Brasil, é de 35 mil reais. “Hoje, o que se gasta com patente é um valor que daria para cobrir todas as bolsas de mestrado e doutorado”, afirmou.
Para tratar desse assunto, uma nova Comissão de Propriedade Intelectual (Copat) está sendo criada, com nova composição - cujos membros passam a ter mandato de quatro anos-, com consultores externos, além de adoção de novos critérios.
“Patente agora passa a ser investimento institucional, e os produtos patenteados vão ser considerados portfólio nosso. As decisões tomadas pela Copat serão alinhadas com a Presidência e diretores das unidades”, afirmou.
Outra proposta da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde é a criação de um Programa de Estímulo em Empreendedorismo. Tal iniciativa será desenvolvida com base em dois alicerces: disseminação da cultura de inovação e empreendedorismo e apoio à criação de empresas de base científico- tecnológica
A ideia é que a Fiocruz apoie profissionais interessados em empreender, oferecendo apoio em diferentes etapas, que inclui a identificação de projetos com potencial de startup, avaliações, formatação de plano de negócio e suporte à criação de e fortalecimento de spin-off.
“A Fiocruz será uma espécie de ‘sócia’ do negócio. Vamos oferecer esse apoio, que terá que se reverter posteriormente”, explicou Krieger, destacando que tudo será feito, observando a legislação que trata sobre conflito de interesses.
Para o vice-presidente de Produção e Inovação, o ecossistema Fiocruz precisa agir de forma integrada para dar conta de responder aos diversos desafios com os quais se depara.
Agradecendo a visita, a diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta, ressaltou que a Fundação tem conseguido seguir em frente, graças a um trabalho intenso da Presidência e suas Vices. “São muitas idas e vindas, muitas reuniões, que nos têm permitido manter nossos projetos. E o Krieger faz jus à posição de vice-presidente de Produção e Inovação, sempre inovador, aberto ao diálogo e estimulando os diretores a fazerem propostas”, destacou.