21/01/2014
A invasão do Instituto Royal, em São Roque (SP), em 18 de outubro, por manifestantes ligados a entidades de proteção dos animais, levantou novamente no país um debate que estava adormecido: o do uso de espécies animais em pesquisas científicas. De um lado, a maior parte dos pesquisadores do setor e de instituições do gênero, ao afirmarem que, no atual estágio da ciência, esse uso ainda é necessário e vital para o desenvolvimento de um grande número de estudos científicos que geram medicamentos e vacinas. Do outro, os militantes que acreditam que a utilização de bichos nesses estudos deve ser proibida, por julgarem que há maus tratos aos animais. No dia da invasão, os manifestantes levaram dezenas de cães da raça beagle, depredaram equipamentos dos laboratórios do Royal e, de acordo com o instituto, destruíram anos de estudos.
Logo depois do ocorrido, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou uma nota informando que “a ciência não pode prescindir do uso de animais em experimentação. (...) os medicamentos, vacinas e alternativas terapêuticas disponíveis hoje para uso humano dependeram de fases anteriores de experimentação em animais (...). As pesquisas científicas envolvendo animais são pautadas pelos princípios de bem-estar animal, adotando-se, dentre outros, os critérios de redução, utilizando-se o menor número possível de animais a cada experimento, e de substituição do uso de animais por outra estratégia sempre que tecnicamente viável”.
Como a polêmica tem mobilizado as redes sociais com argumentos a favor e contra, gerando um debate cujo alarido, em geral, produz muito calor e pouca luz, este especial tem por objetivo apresentar as diversas facetas da experimentação animal. Para contribuir com o debate, convidamos o doutor em Filosofia (PUCRS) e membro do Oxford Centre for Animal Ethics, Carlos Naconecy, e o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Wilson Savino, e seu vice-diretor, Hugo Caire de Castro Faria Neto, para responder à seguinte questão: Experimentação animal: como você avalia esta prática no Brasil e quais o seus limites éticos? O especial conta ainda com uma reportagem sobre os métodos alternativos disponíveis hoje – alguns desenvolvidos na própria Fiocruz –, uma seção com as principais Perguntas e Respostas sobre o tema, uma área de destaque para a Lei Arouca e um balanço histórico sobre a experimentação animal no Brasil e no mundo. A Fiocruz, instituição que desde 1900 atua a serviço da saúde pública e da população brasileira, vem mais uma vez a público, com este especial, na tentativa de contribuir para o debate e o esclarecimento da população, reafirmando perante a sociedade seu compromisso ético no uso de animais para finalidades científicas.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias
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