Léo Heller: ”A chave está na democracia e nos direitos humanos”

13/11/2019

Uma coisa é pôr ideias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas. A frase de Riobaldo é emblemática para Léo Heller. “A democracia e os direitos humanos não são receitas prontas ou conceitos abstratos. São valores e práticas que supõem um contexto, no qual vivem pessoas e em que se desenvolve uma dinâmica política, econômica e social” diz o pesquisador da Fiocruz-Minas e Relator Especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos à Água e ao Esgotamento Sanitário Ele fará a conferência de abertura do Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária – 8º Simbravisa, no dia 24 de novembro, no ExpoMinas, em Belo Horizonte. Com quase 30 anos de atuação acadêmica e científica, Heller já passou por todas as funções na Escola de Engenharia e no departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (DESA/UFMG), no qual atua como professor voluntário. Desde 2014 é pesquisador do Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz), e então convidado para a representação científica da ONU em sua especialidade. Recentemente, o abrasquiano foi titulado Doutor Honoris Causa pela University of Newcastle, do Reino Unido. Heller fará a comunicação Guimarães Rosa, democracia, direitos humanos, saúde e desastres: onde estão as intercessões? A partir de lentes que trazem as relações interpessoais múltiplas, com seus interesses muitas vezes antagônicos para o primeiro plano, o conferencista irá analisar os elementos conjunturais que proporcionaram a série histórica de tragédias da mineração, questionando pela perspectiva crítica o papel das políticas públicas. “Formular e implementar políticas públicas socialmente orientadas e que levem em conta contingências, como os inaceitáveis desastres ambientais que vêm crescentemente assolando o país, é “fugir das ideias arranjadas” e tomar em conta o “país de pessoas”, de Riobaldo/Guimarães. A chave está na democracia e nos direitos humanos, pois não há estado civilizatório fora do que seus valores representam” ressalta Léo Heller, que fecha o argumento costurando novamente com uma passagem de Riobaldo e seu pensamento roseano: Tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de alguma espécie de encanto. “Encanto que por vezes nos cega e paralisa…” Veja a entrevista concedida à Abrasco Texto: Site Abrasco

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