Acolhida mineira

24/05/2019

Passar uma temporada estudando em outro país é, sem dúvida, uma experiência enriquecedora, mas, ao mesmo tempo, fonte de muita ansiedade e inquietação, devido às dificuldades para se adaptar a um lugar diferente. Pensando em facilitar o processo de adaptação de alunos provenientes de outros países que chegam à Fiocruz Minas, a Comissão de Internacionalização (Cominter) do IRR criou o Programa Madrinha/Padrinho Internacional. A ideia é ter uma pessoa que, de forma voluntária, acolha e acompanhe o estudante recém-chegado durante a estada dele na unidade. “É uma forma de fazer com que a pessoa que está chegando ao IRR, vinda de outro país, tenha um ponto de apoio e possa se sentir mais acolhida nessa fase de adaptações. Além de apresentar e esclarecer dúvidas sobre a Fiocruz e as atividades do IRR, o padrinho ou madrinha auxilia, por exemplo, com orientações sobre questões burocráticas, como visto e aluguel de imóvel, sobre mobilidade, sobre a vida em Belo Horizonte, entre outras instruções”, explica a pesquisadora Rafaella Fortini Grenfell, coordenadora da Cominter. Um cadastramento de candidatos a padrinho ou madrinha foi realizado no fim do ano passado. Puderam se inscrever pessoas com qualquer tipo de vínculo com a instituição, como servidores, bolsistas e terceirizados, permitindo constituir um banco de voluntários bastante variado. Nessa chamada, também foi divulgado o país de origem de estudantes que iniciariam atividades no IRR já no primeiro semestre de 2019. “Recebemos muitas inscrições e, para selecionar os candidatos, um dos critérios adotados foi o idioma, optando por voluntários com domínio da língua praticada no país de origem da pessoa a ser recebida”, afirma Aldo Venâncio, da Comissão de Internacionalização. “Além disso, como o padrinho ou madrinha pode ter qualquer tipo de vínculo com o IRR, também foi observado se o tempo de permanência do voluntário na instituição coincide com o período em que o estudante estrangeiro ficará por aqui”, explica. A estudante francesa Jeanne Pioline, do Instituto Pasteur, é a primeira a ser recepcionada pelo programa do IRR. A aluna chegou no dia 28 de dezembro e está sendo apadrinhada pelo pesquisador Alexandre Machado, do Grupo de Imunologia de Doenças Virais. “Fui recebida pelo Alexandre já no aeroporto e foi muito bom ter esse apoio logo na chegada. Ele me deu informações sobre a cidade e se colocou à disposição. Todos por aqui estão sendo muito atenciosos e só tenho a agradecer”, afirma Jeanne. Ex-doutorando do Instituto Pasteur, o padrinho Alexandre explica que se candidatou ao programa como forma de retribuir o apoio recebido na França durante o período em que morou no país para fazer o doutorado. “Tenho uma relação de amizade com a França. Na época do doutorado, tive ajuda de um estudante que me acolheu e ajudou a resolver questões de ordem prática. Essa experiência foi importante para minha vida e, por isso, participar desse programa é uma forma de reconhecer e agradecer o que fizeram por mim”, destaca. A próxima estudante a ser recebida pelo programa é a aluna Chloé Rosa-Teijeiro, da Université de Montréal, no Canadá. Ela terá o acompanhamento da analista de gestão em saúde Andréa Silva, da Secretaria Acadêmica do IRR. Com previsão de chegada para maio, Chloé, que tem o francês como primeiro idioma, já vem recebendo a atenção da madrinha Andréa. “Estamos trocando e-mails e já foi possível esclarecer várias dúvidas. Morei em Lyon, na França, e sei das dificuldades de chegar e viver em um país diferente. Foi por isso que me inscrevi no programa e minha expectativa é poder ajudar a tornar a vida dela mais simples por aqui”, diz Andréa. A intenção da Cominter é abrir o cadastramento de voluntários a padrinho ou madrinha anualmente. Sempre que a Fiocruz Minas for receber pessoas de outros países, o banco será consultado. “Acreditamos que o número de candidatos aumente a cada ano. É uma oportunidade que as pessoas terão de praticar o idioma e vivenciar uma troca cultural, experiência que, certamente, só tem a acrescentar”, destaca Rafaella.   Matéria publicada originalmente no Linha Direta  

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