Estudo realizado em hospital de BH detecta anticorpos em 99% dos profissionais de saúde vacinados
Pesquisadores da Fiocruz Minas concluíram mais uma etapa do estudo que vem sendo realizado no Hospital da Baleia, em Belo Horizonte, para avaliar a resposta imune dos profissionais de saúde que foram vacinados contra a Covid-19. Nesta fase, a pesquisa avaliou a produção de anticorpos 60 dias após o recebimento da primeira dose da vacina. Os resultados mostraram que 99,6% das pessoas imunizadas apresentaram anticorpos detectáveis, em um universo de 969 amostras analisadas. Os materiais passaram por quatro tipos de testes de elevada sensibilidade, que avaliam a produção de diferentes tipos de anticorpos.
A pesquisa será realizada ao longo de dois anos com o intuito de monitorar a evolução da resposta imunológica e contribuir com dados que possam indicar a duração da imunidade. Tais avaliações são importantes, pois podem mostrar, por exemplo, a necessidade da aplicação de novas doses, após determinado período.
“O objetivo do estudo é monitorar o perfil da imunidade que está sendo desenvolvida, observando se há mudanças na resposta gerada. São informações que poderão contribuir para a tomada das decisões em relação à vacinação contra a Covid-19”, explica a pesquisadora Rafaella Fortini, coordenadora do estudo. Ela ressalta que não se trata de saber se a vacina é eficaz, pois isso já foi confirmado antes mesmo de iniciar a vacinação, mas sim de compreender como se comporta a resposta que está sendo gerada.
A pesquisa teve início em fevereiro de 2021, 30 dias após a aplicação da primeira dose da vacina. Nesse primeiro estágio, os pesquisadores analisaram 550 amostras, constatando a produção de anticorpos em 89% delas.
Além da resposta imunológica pós-vacinação, o estudo da Fiocruz Minas também monitora profissionais de saúde vacinados que apresentem sintomas da Covid-19. Os casos suspeitos passam por exame RT-PCR. Até o momento, oito amostras foram analisadas, sendo que para nenhuma delas o resultado foi positivo para a Covid-19.
“Até agora não tivemos casos confirmados. A ideia é que, se houver, possamos fazer o sequenciamento e, com isso, verificar a linhagem do vírus ou ainda se há presença de variantes”, explica Rafaella.
A pesquisa está sendo ampliada para outros hospitais de Belo Horizonte, como o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro. Os resultados serão divulgados assim que as análises estiverem concluídas.
Foto: Divulgação Hospital da Baleia