Rosiana Estéfani da Silva

 

 

Rosiana Silva. Foto: Claudia Gersen

 

 

 

Rosiana nasceu na cidade de Pompéu, MG e formou-se em enfermagem no ano de 2010, na UNIFENAS – Universidade José do Rosário Vellano.

Sua trajetória no Instituto René Rachou teve início em 2009, quando ingressou como estudante de Iniciação Científica sob a orientação das pesquisadoras Ana Rabelo e Zélia Profeta, em investigação para avaliar a qualidade de vida de pacientes com leishmaniose cutânea. Rosiana aplicava questionários submetidos aos pacientes que possuíam lesões na pele, de modo a avaliar o impacto da doença na vida dessas pessoas, em todos os aspectos (trabalho, relacionamentos, saúde, etc).

 

Após completar a graduação, a enfermeira foi convidada a trabalhar como apoio técnico do Ambulatório Alda Lima Falcão, como terceirizada. Para ela foi uma oportunidade de conciliar as áreas de pesquisa e assistência, com foco em pacientes acometidos por doenças negligenciadas, segmento pelo qual sempre se interessou. Atualmente, Rosiana atua como referência técnica de enfermagem no Ambulatório, coordena a prática da pesquisa clínica liderada por pesquisadores, participa da organização de insumos, agendas e consultas, coordena protocolos de pesquisa, capacita profissionais de saúde, integra a equipe assistencial, tendo participado da reestruturação do Ambulatório ao longo dos anos, sempre como o propósito de conciliar enfermagem e ciência.

 

A funcionária conta que a estrutura do IRR mudou muito ao longo dos anos. O Ambulatório possuía apenas um consultório e não contava com banheiro adaptado para deficientes. Com o tempo o ambiente foi reformado e foram contratados mais profissionais, o que possibilitou a ampliação do atendimento. Segundo a enfermeira, o trabalho de assistência demanda muito, é realizado de segunda a quinta, atendendo de 14 a 16 pacientes por dia. Mas alguns desafios permanecem, a limitação do espaço e pessoal ainda restringem a capacidade de acolhimento.

 

Rosiana considera importante trabalhar na Fiocruz Minas, pois no seu cotidiano lida com pacientes em busca de diagnóstico preciso, muitos dos quais, oriundos de zonas rurais, já passaram por diversas unidades de saúde antes de chegaram no Ambulatório, onde tem a possibilidade de realizar o diagnóstico e receber tratamento adequado.

 

Ela se emociona ao recordar casos de vários pacientes com lesões nas mucosas, que são muito estigmatizados devido à condição da doença por apresentar lesões em face, nariz e boca. Os pacientes demonstram gratidão e reconhecimento, o que para Rosiana também é uma grande recompensa.

 

Sobre a aposentadoria, a funcionária se preocupa com esse momento, devido à instabilidade do vínculo de terceirizada. Mas se depender de Rosiana ela continuará ainda por algum tempo no IRR, pois o que a motiva é trabalhar com pacientes acometidos por doenças negligenciadas, área em que ela sente que faz diferença na qualidade de vida das pessoas.

 

A funcionária menciona a importância do Projeto Memória, já que muitas pessoas pertencentes à própria instituição não conhecem o trabalho desenvolvido no Ambulatório Alda Lima Falcão, que presta grande apoio à população do estado de Minas Gerais.

 

 

 

 

Realização: Núcleo de Memória Institucional da Fiocruz Minas

 

 

Agradecimento: Rosiana Silva, pela entrevista concedida no dia 15/05/2025, no IRR, Belo Horizonte.