Carlos Alberto Cândido

 

Carlos Cândido. Foto: Cláudia Gersen

 

 

Carlos Alberto Cândido é natural de Belo Horizonte e antes de ingressar no IRR trabalhou em uma fábrica de móveis, ajudando na montagem, pintura e entrega de mobiliário. No ano de 2003 ele começou a trabalhar no IRR como terceirizado, indicado por um colega, inicialmente como temporário, mas acabou permanecendo na instituição.

 

Sua área de atuação envolve diversas atividades, como limpeza do galinheiro, manejo de resíduos químicos, de sangue e outros produtos infectantes, limpeza da entrada do prédio, recolha de lixo e organização dos depósitos de lixo comum, infectante e reciclável.

 

Segundo o Sr. Carlos, com o passar do tempo a estrutura do Instituto René Rachou mudou muito, com crescimento dos laboratórios, alterações no jardim e das áreas de convivência. Os procedimentos também foram aprimorados, com uma melhor divisão do trabalho. A maior preocupação do funcionário é não se contaminar, o que exige atenção contínua no desempenho das atividades. Ele recorda de um episódio em que cortou um dedo, em razão de outra pessoa ter descartado material em local inapropriado. O funcionário é muito cuidadoso em todos os processos e até mesmo em casa ele tem locais próprios para lavar suas roupas de trabalho, separadas das vestimentas comuns.

 

Sr. Carlos avalia que se sente reconhecido pela instituição, mas não sabe dizer se os colegas valorizam o trabalho que desempenha. Apesar disso, tem uma convivência tranquila com todos. Desde 2017 o funcionário já está aposentado, mas resolveu continuar trabalhando para complementar o rendimento. Seu maior desafio é manter a força e a saúde para desempenhar suas atividades.

 

Segundo o trabalhador, ele acha importante atuar no IRR, pois é aonde ele ganha a vida e aprende a lidar com pessoas de todos os jeitos. Também menciona que adquiriu conhecimentos sobre transmissão de doenças, cuidados e responsabilidade com diversos materiais, e que poucas pessoas estão dispostas a assumir sua função.

 

Sobre o Projeto Memória, o Sr. Carlos se disse surpreso pelo carinho de ser chamado a dar seu depoimento. Ao longo da sua entrevista ele recordou acontecimentos que já havia esquecido e teve a oportunidade de reviver vários episódios. O funcionário agradece os anos trabalhados no IRR, e apesar de ter dúvidas se seu trabalho é valorizado, o fato de ter sido convidado a contar sua história mostra que sua trajetória profissional é reconhecida pela instituição.

 

 

Projeto Fiocruz Minas, patrimônio do Brasil: História, memória, ciência e comunidade

 

 

Agradecimento: Carlos Cândido, pela entrevista concedida no dia 03/04/2025, no IRR, Belo Horizonte.